sábado, 4 de junho de 2011

O Arquiteto

à Átila
"eu É o espaço"


Passo pelas ruas, olho tudo. Olho as folhas no chão, olho as árvores dando sombra na calçada, olho os númeors das casas; como as pessoas arrumam suas coisas.
Levo comigo tantas coisas, quero um pedaço de cada casa, pra com por a minha casa. Mas quando junto tudo fica tudo sem sentido. Levo na lembrança várias salas, cantinhos de jardins e árvores e banquinhos e paredes e tintas. Mas quanto junto tudo pra formar minha casa, a casa mais bonita, com todos os cantinhos e coisinhas que eu colhi nas ruas, quando junto tudo isso vejo que não tem nada do que eu colhi.
Naquela varanda que eu vi, alguém beberia café e pensaria nas coisas olhando a chuva cair; naquela sala alguém ouviria música com os amigos e a noite seria boa; aquele jardim iria trazer todo um cheiro, toda uma cor à minha casa; aquela árvore acentuaria toda pacatez gostosa daquele lugar, e eu podeira fumar sossegadamente embaixo dela enquanto observava o resto da rua; as cores das paredes traduziriam todo o espírito de alegria sossegada de quem lá morasse.
Por que minha casa não tem uma forma?
Se eu trago tudo para deixa-la boa, por quê não fica?
Eu sei o porquê, descobri esses dias...
Quando passo pelas ruas, olhando as casas etudo o mais, afim de levar algo pra mim, eu só quero levar imagens, mas o quê de fato eu gosto é o Sentir, é isso que me apraz em certas casas: O que elas fazerm sentir, e isso eu não se se leva...

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