domingo, 7 de agosto de 2011

Depois de uma pausa

Essa vontade louca
de não parar jamais,
de não deixar que pare a caneta
que se faz nervosa pela minha mão,
e esta pelo meu peito;
parece gritar.

E tudo quer sair ao mesmo tempo
Porque a loucura estática
também se apresenta
e tudo se cala
e nada anda
e eu só durmo.

Alguma Poesia

Gustav Klimt (parte da tela)




Ainda há de cantar
neste peito taciturno e dormente
uma música de dormir em paz.

Algo que seja
extremamente bom
Aquele sossego de  rede
de sono profundo
de comida gostosa
de olhos mansos
como quem nunca esperou por nada.

Ainda há de cantar no meu
tresloucado peito,
agora quase mudo,
uma canção de sossego
E fará acordar em mim
todos os versos
os versos mais sinceros
mais cortantes e languidos e pungentes
que só a mão
que pulsa sossegada
toca e pega e segura
os convida a passear.

No meu peito
demasiado cheio
de palavras e sentimentos repetidos
Ainda há de calar
Essa música dissonante
que só quer se mostrar muito boa,
boa demais


E quando essa canção dissonante calar
No meu peito há de cantar
Uma canção de sossego.